
O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) denunciou criminalmente no dia 10 de janeiro o ex-governador Silval Barbosa, o empresário Valdir Piran, o ex-secretário de Casa Civil, Pedro Nadaf e mais cinco pessoas. Processo tem relação com a Operação Quadro Negro. Há pedido de reparação do dano, estimado em R$ 7,9 milhões.
A operação Quadro Negro visou apurar desvios ocorridos no antigo Centro de Processamento de Dados do Estado (Cepromat), atual Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI).
A investigação começou a partir de um relatório de auditoria da Controladoria Geral do Estado (CGE), feito em 2015, que detectou falta de execução de serviços em dois contratos firmados com a empresa Avançar Tecnologia Ltda.
Os contratos deveriam garantir fornecimento de softwares educacionais para a Secretaria de Educação de Mato Grosso. Pedro Nadaf e Silval Barbosa, na condição de delatores premiados, relataram os crimes.
Valdir Piran foi denunciado pelo crime de peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude em execução de contrato. Silval Barbosa e Pedro Nadaf são acusados de peculato, lavagem de dinheiro e fraude em execução de contrato.
Foram denunciados ainda: o ex-secretário adjunto de Administração Sistêmica da Seduc, Francisvaldo Pereira de Assunção (peculato, corrupção passiva e fraude em execução de contrato); O ex-presidente do Centro de Processamento de Dados do Estado (Cepromat), Wilson Celso Teixeira, o Dentinho (peculato, corrupção passiva e fraude em execução de contrato, concussão).
Também o empresário Weydson Soares Fonteles (representante da Avançar – peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude em execução de contrato); ex-diretor do Cepromat, Djalma Souza Soares (peculato e fraude em execução de contrato); e o fiscal de contratos fiscal de contratos do Cepromat, Edevamilton de Lima Oliveira (peculato e fraude em execução de contrato).
Em depoimento sobre o esquema, o ex-governador afirmou que houve uma reunião no gabinete da Casa Civil. Estiveram presentes ele, Piran e Weidson. Na ocasião, foi acertada a fraude no contrato e o repasse de 50% calculado sobre aproximadamente R$ 5 milhões. Parte do retorno financeiro serviu para pagar dívida de R$ 2 milhões entre Silval e Piran. Já o depoimento de Pedro Nadaf, que atuou como intermediador das operações, reafirma parte da história contada por Silval.
Além da indenização do dano supostamente causado, o processo pede a condenação criminal dos envolvidos. Nadaf e Silval podem ser beneficiados por perdão judicial ou redução de pena, por terem firmado colaboração premiada.
A ação foi assinada pela promotor de Justiça Sérgio Silva da Costa e distribuída ao juízo da Sétima Vara Criminal de Cuiabá.
Fonte: Isso É Notícia/Olhar Direto