Sábado, 19 de novembro, Dia da Bandeira, cerca de dez homens fortemente armados atacaram um posto de pedágio entre Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. Deram vários tiros, destruíram as cancelas, e botaram fogo numa ambulância do consórcio e um carro guincho.

Eles não assaltaram os caixas e o cofre do posto de pedágio.  Foram lá exclusivamente para destruir e criar caos.

Trata-se de um ato terrorista.

Se fizerem uma pesquisa na rede, verão que vários veículos de mídia dizem que "bolsonaristas" fizeram este ataque, se bem que estavam encapuzados.

Este triste acontecimento coloca nosso estado no epicentro das ações antidemocráticas e golpistas que se sucederam após as eleições.

Agora sim posso dizer que Mato Grosso assumiu liderança dentro deste conturbado momento histórico.

Antes, eu apostava que este protagonismo ficaria com o Estado de Santa Catarina, apesar de que os confrontos no interior do Pará e de Rondônia tenham sido mais violentos.

Mato Grosso é protagonista, assim como no Agronegócio.

Na verdade, isso é agro.

Não tem como separar os bloqueios do ato terrorista e este ato do Agronegócio. Tudo junto e misturado!

É claro que Mato Grosso tinha que alcançar o protagonismo, afinal, é o maior exportador de grãos do país.

Pela primeira vez nosso estado alcança este status.

Pena que seja justamente por atos violentos e golpistas.

Aposto aqui que tende a ficar ainda mais radical na medida que o Estado mais se vincula ao Agronegócio.

A sensação que se dá é que a elite conservadora local disputa protagonismo com a elite de outros estados.

Não basta liberar na produção de grãos, é necessário sermos mais violentos e mais efetivos nas manifestações golpistas.

Fonte: *Romyr Conde Garcia é historiador, professor universitário no curso de Direito na Universidade do Estado de Mato Grosso. É mestre e doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP), área de concentração História Econômica. Graduado em História pela Universidade Federal Fluminense. Instagram: Romyrcondegarcia