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O secretário de Estado de Infraestrutura (Sinfra), Marcelo de Oliveira, criticou o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), por tentar impedir as obras do BRT na cidade.
Para ele, não havia necessidade do emedebista fazer o que fez, uma vez que os estudos técnicos demostraram que o modal era melhor para a população do que o VLT.
“Eu não sou prefeito de Cuiabá, não posso estar na cabeça dele. Cada um tem sua cabeça, cada um pensa como quer. Mas acho que não havia necessidade disso”, disse em entrevista ao MidiaNews.
“A gente quer sempre o melhor, a gente quer fazer o bem. Vocês, na imprensa, podem analisar. Nós temos uma intervenção na área da Saúde, estamos com alguns problemas em Cuiabá que não precisava ter”, acrescentou.
O início das obras do BRT na Capital foi autorizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e, segundo o secretário, em 30 dias o Estado já vai entrar “rufando o bombo”. O prazo para a entrega é de 36 meses.
Na entrevista, Oliveira ainda comentou sobre a nova ponte entre Cuiabá e Várzea Grande, obras da Avenida 8 de Abril e se emocionou ao lembrar sobre a falta de lealdade que lhe impediu de disputar a Prefeitura da Capital em 2004.
MidiaNews - A Sinfra é responsável pelas obras do BRT, mas tem encontrado dificuldade na Prefeitura de Cuiabá. Como está esse processo atualmente?
Marcelo de Oliveira - A obra do BRT tem uma cronologia que começou na gestão passada, com o governador Pedro Taques, quando houve o rompimento do contrato [do VLT]. E de lá para cá, a Sinfra fez todo um procedimento novamente. Contratamos os melhores especialistas, fizemos todas as pesquisas necessárias, pesquisa de opinião, fizemos pesquisa de origem e destino. O que o cara quer? O cara quer sair do CPA e ir para o aeroporto [de Várzea Grande] ou ele quer sair do CPA e ir ao Centro de Várzea Grande. O que é o principal importante para pessoal de Várzea Grande? É o BRT estar dentro do aeroporto ou ele entrar na Couto Magalhães e descer pela Filinto Muller. Foi todo um estudo feito, que realmente abrange-se e levasse benefício ao usuário do transporte coletivo.
Segundo: valor de passagem, porque você vai mexer no bolso de quem realmente precisa do transporte. E também no bolso dos municípios, porque, afinal de contas, quem dá a isenção no transporte coletivo são os municípios.
O BRT hoje já está com o projeto aprovado dentro do município de Cuiabá. O conselheiro Sérgio Ricardo [do Tribunal de Contas do Estado] nos deu a autorização para começarmos as obras em Cuiabá, mas como é um RDCI [Regime Diferenciado de Contratação Integrada], é preciso finalizar alguns projetos. E tínhamos muita coisa para fazer de projeto dentro de Cuiabá. Olharmos todo o sistema de drenagem, verificarmos como está, abrirmos todas as bocas de lobo, fazermos todas as sondagens, fazermos os ensaios, tudo que for necessário em Cuiabá.
A Prefeitura e a Sema [Secretaria de Estado de Meio Ambiente] nos pediu o estudo de impacto de vizinhança, que já estamos terminando, vamos fazer audiência pública. Como diz o cuiabano rufando o bombo [risos].
Várzea Grande já foi mais fácil, porque a cidade nos deu a sua autorização desde o início. Portanto, as obras no município já começaram. A gente já fez o nivelamento da pista lá do BRT, no canteiro central.
MidiaNews – Há um prazo para as obras começarem em Cuiabá?
Marcelo de Oliveira - Acredito que dentro de mais ou menos 30 dias a gente vai estar com boas novidades.
MidiaNews - Como avalia a atitude da Prefeitura em não autorizar as obras? O prefeito age contra a cidade?
Marcelo de Oliveira - Acho o seguinte: Várzea Grande tinha uma ferida aberta. Cuiabá não tinha essa ferida. Cuiabá, aliás, tinha essa ferida aberta, mas quando Mauro Mendes foi prefeito de Cuiabá, a ferida foi fechada. Mas em Várzea Grande ficou aberta, causando acidentes, danos físicos, materiais e moarais. Então quando solicitamos [as obras] em Várzea Grande, não foi para o início das obras do BRT, foi para realmente fecharmos aquela ferida. Nós vamos ter as audiências públicas, como já fizemos anteriormente, e vamos continuar fazendo, porque queremos todo o processo dentro de uma lisura 100% para que não tenhamos problema de futuro.
Mas o VLT morreu? Morreu. Então já que morreu, vamos arrancar esse trilho e fazer o nivelamento de pista, porque o que não pode é Várzea Grande continuar daquele jeito. Aquilo ali para nós, para todo várzea-grandense, cuiabano era uma vergonha.
MidiaNews – Mas o prefeito tentou de todas as formas barrar o início das obras do BRT na cidade, inclusive na Justiça.
Marcelo de Oliveira - Eu não sou prefeito de Cuiabá, não posso estar na cabeça dele. Cada um tem sua cabeça, cada um pensa como quer. Acho que não havia necessidade disso.
MidiaNews - Ele age contra a cidade?
Marcelo de Oliveira - Não sei. A gente quer sempre o melhor, a gente quer fazer o bem. Vocês, na imprensa, podem analisar. Nós temos uma intervenção na área da Saúde, estamos com alguns problemas em Cuiabá que não precisava ter.
Quando houve a definição e mostramos todos os estudos, porque aí é uma questão técnica, e o estudo demonstrava isso, que era melhor, que ia abranger melhor a população, que a população ia ter o destino que queria ter... Eu acho que não precisava disso.
MidiaNews - A propósito, no ano que vem tem eleição em Cuiabá, quando um candidato do governador Mauro Mendes vai enfrentar, entre outros, alguém do grupo do prefeito. Em sua opinião, qual é a importância dessa eleição para os rumos da cidade?
Marcelo de Oliveira - Não sou político. Sou técnico. Acho que você ter uma gestão alinhada com um Governo como o do Mauro, que tem feito muito pelo Estado de Mato Grosso, é muito bom para Cuiabá. O governador Mauro Mendes fez mais de dois bilhões e meio de convênios com os municípios do Estado de Mato Grosso. É muito dinheiro para pavimentação, para a restauração de pavimentação, para a implantação de “Ns” serviços nos municípios.
O governo fez muito. Eu acho que sempre uma administração que está muito próxima ideologicamente falando ou administrativamente falando, caminhando junto, é benéfica para a população. É um ganho a mais, não é um ganha e perde, é sempre um ganho, ganho. Então, tendo uma administração, tendo o Governo como parceiro é muito importante.
MidiaNews - É um risco o atual grupo seguir no poder?
Marcelo de Oliveira - Quem decide é o povo. O povo é o gestor do seu destino. É ele que contrata. O prefeito não é eleito. Como governador também não. Para mim, o prefeito e o governador são contratados pelo povo. O povo vai lá, vota, contrata e paga para que eles exerçam um grande papel. Então, o povo tem que saber contratar o seu gestor.
MidiaNews - Em quatro anos, o Governo diz ter investido R$ 2,5 bilhões em asfaltamento de 2,5 mil km no Estado. Qual é a previsão para os próximos quatro anos?
Marcelo de Oliveira – Eu gostaria de asfaltar tudo, mas não vamos ter dinheiro, nem empresa, nem equipamento para fazer tudo. A tendência do governador, pelo seu plano de Governo, é soltar mais 2,5 mil km, mas eu acho que a Sinfra, se a arrecadação continuar mantendo, dá para o Governo fazer mais um pouquinho.
MidiaNews – Há alguma região do Estado que precisa de uma atenção maior em relação a estradas?
Marcelo de Oliveira - Esse é um Governo diferenciado justamente porque olha todas as regiões de Mato Grosso de forma igual. Mas existe uma região que foi esquecida há muito tempo, que não é só a região do Araguaia, é a região Noroeste. Aripuanã, Cotriguaçu, Juruena, Colniza, aquela região lá em cima. O Governo vai dar uma atenção especial em todos os sentidos. Nós estamos com o Hospital Regional em Juína. Vamos fazer agora o Complexo do Juruena com a ponte e pavimentação interligando a MT-208 com a MT-170, levando a pavimentação de Castanheira até Colniza, intermediando com Aripuanã; fazendo pontes de concreto. A ponte sobre o Rio Aripuanã já está concluída...
MidiaNews - Quando acredita que consegue inaugurar a nova ponte entre Cuiabá e Várzea Grande?
Marcelo de Oliveira – Até final do ano. Quando assumimos, tínhamos 30% da ponte executada num local que ninguém entendeu, colocaram uma ponte ali e esqueceram de fazer o projeto de acesso à ponte. Ia ficar uma obra de arte, no meio do rio Cuiabá sem acesso nenhum.
Então, concluímos a ponte, fizemos o projeto de acesso e já estamos trabalhando nele. Está bem adiantado. Hoje, o lado de Várzea Grande está bem adiantado. Estamos trabalhando, não podemos parar.
MidiaNews – Falando em ponte, a Sinfra vai fazer a maior ponte do Estado sobre o Rio Juruena. Qual é a previsão de entrega?
Marcelo de Oliveira - É uma obra de 36 meses. É uma ponte de 1.360 metros. Tem mais 60 quilômetros, quase 70 quilômetros de pavimentação para interligar a rodovia Juruena - Cotriguaçu até a estrada que vem de Japuranã.
O Rio Juruena está cheio e lá chove muito, então temos que esperar o rio baixar, mas já estamos montando carteiro, já tem ordem de serviço, dinheiro na conta para que a gente possa começar e não paralisar. É uma obra importante para o Estado de Mato Grosso.
Eu falo sempre que este Governo está fazendo o que era para ser feito há muitos anos.
MidiaNews - Por que a duplicação completa de MT-251 nunca saiu do papel?
Marcelo de Oliveira - Porque não tinha projeto. E porque tem o parque [De Chapada dos Guimarães]. Agora estamos fazendo o projeto. Vamos fazer a primeira etapa até a fronteira do parque indo em direção a Chapada e depois, quando acaba o parque, até a gente chegar em Chapada e depois de Chapada até o Mirante. Esse projeto deve ficar pronto dentro de 30 dias, vai ser analisado e vamos pegar autorização do governador para licitar.
MidiaNews - Há outro projeto, que seria uma segunda estrada para Chapada. Há chances de ela se concretizar algum dia?
Marcelo de Oliveira - Pode ser, desde que tenha projeto, né? É uma estrada importante, mas o erro dessa estrada foi não ter sido implantada inicialmente. Ela não precisava ser feita com pavimentação, mas ter sido implantada com a sua plataforma de pista bem grande, porque você faria a pavimentação e depois ia tocar a segunda parte. Mas uma hora ela vai sair, não tenho dúvida.
Fonte: MídiaNews / Foto: Mayke Toscano - Secom-MT
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